Carlos Alberto Santiago Soares, uma tentativa de feminicídio em 2018, quando foi preso em flagrante delito, além de outras anotações criminais. Rogerio Pereira da Silva, teve prisão preventiva decretada em 2015 por tráfico de drogas.
O que eles têm em comum?
Estavam soltos, como está solta uma boa parte da população carcerária.
Não poderia ser outro o resultado: cometeram outros crimes.
O que ninguém poderia imaginar é que esses dois psicopatas seriam capazes de praticar crueldades no mesmo padrão que o Champinha, psicopata paulista que entrou para os anais da psiquiatria forense criminal. Champinha ficou mundialmente famoso aos 16 anos, ao torturar e abusar de uma menina na frente do seu namorado por vários dias.
Carlos Alberto e Rogerio pularam o muro dos fundos de uma casa em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Com facas em mãos, renderam e agrediram a família. Sob ameaça de morte roubaram dinheiro e os celulares das vítimas.
Em ato contínuo, Carlos Alberto amarrou o filho e o marido com as mãos para frente e estuprou a mulher. O psicopata ainda os obrigou a segurarem as pernas da vítima e assistirem a tudo.
O crime ocorreu no último sábado, dia 7, e os bandidos foram presos na segunda-feira, dia 9, pela equipe da 35ª DP (Campo Grande).
A política pública criminal de abrir as portas dos presídios faz com que a população das grandes cidades do Brasil conviva com os delinquentes soltos e estimula a reincidência. O pior é que a reincidência demonstra sempre uma evolução do criminoso, seja na violência empregada, na crueldade, na sofisticação, no modus operandi, enfim, é assim que evolui a escalada da violência no país.
O próprio Champinha não cumpre pena, mas medida de segurança. Isso implica dizer que não há prazo para que seja colocado em liberdade. Periodicamente ele é examinado.
Mas...
Carlos Alberto e Rogerio não são inimputáveis. Serão aplicadas as penas mínimas correspondentes ao crime hediondo e em alguns anos terão direito à progressão do regime da pena, ganhando a liberdade novamente.
Em alguns lugares do planeta os dois seriam condenados à morte – em outros, à prisão perpétua. Mas no Brasil...
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o país possui 832.295 presos, mas se somarmos as vagas disponíveis de todas as unidades prisionais, chegamos a apenas 596.162 vagas. Isso significa que o nosso sistema penitenciário aponta um déficit de 230.678 vagas. Essa é a razão pela qual estão soltando os presos. Preferem soltar a construir novas vagas.
Disponibilizam 100 milhões para publicidade da Usina de Itaipu, que já tem sua produção 100% vendida, ou seja, não necessita publicidade, mas não investem um centavo na construção de novas vagas no sistema carcerário.
Parece tudo muito bem orquestrado, não é mesmo?
E realmente é.
Pois a ideia é exatamente essa – soltar os presos – seus aliados – e adotam essa política pública criminal macabra, com a desculpa de que não há vagas no sistema carcerário.
Como se não bastasse, ainda há a opção de se privatizar a gestão de algumas unidades, barateando ainda mais os custos de construção e manutenção.
O governo federal tem dois caminhos, mas prefere investir no caos.
Tudo isso faz parte do golpe.