A Operação Narco Vela, deflagrada pela pela Polícia Federal nesta terça-feira (29), cumpriu 62 mandados de busca e apreensão, além de 31 de prisões temporárias e outros quatro de preventiva, em quatro estados.
O influenciador Rodrigo Morgado, um dos alvos da operação, acabou sendo preso em flagrante por porte ilegal de armas.
A operação investiga uma organização criminosa atuante em um esquema de tráfico de drogas internacional com veleiros e embarcações particulares.
Uma Ferrari, avaliada em R$ 4,5 milhões, foi apreendida em outro endereço relacionado a Morgado, na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, além de um Lamborghini, em Taubaté (SP).
Morgado tem uma empresa de contabilidade, que segundo a PF, seria usada para abrir outras empresas e dificultar o rastreamento valores em dinheiro, como uma espécie de lavagem de dinheiro. Morgado possui mais de 45 mil seguidores em seu Instagram, onde divulga fotos e vídeos com frases motivacionais sobre empreendedorismo, crescimento pessoal e alta performance.
O contador ainda compartilhava coisas sobre sua vida particular, como momentos em família e viagens internacionais, como Maldivas, e países da Europa. Em seu perfil nas redes, o influenciador contava sua história como de superação, traçava uma linha do tempo, na qual não tinha quase nada até que chegou ao sucesso.
Em seus relatos, aponta que é sonhador e já foi tachado de ‘louco’ por acreditar em seu objetivo. No perfil, ele também divulga cursos e mentorias sobre crescimento empresarial, um deles, inclusive, estava programado para ocorrer em julho, com ingressos vendidos entre R$ 299 e R$ 2.299.
A investigação da PF teve início depois de uma apreensão de três toneladas de cocaína em fevereiro de 2023, dentro de um veleiro brasileiro em alto-mar, próximo ao continente africano. Na ocasião, a embarcação foi abordada pela Marinha Americana.
A cocaína foi carregada em Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, e seria entregue na África. O velejador experiente e brasileiro apontou para as autoridades que havia sido contratado pelo contador por R$ 1 milhão para transportar a droga.
Ele também deu informações a respeito de uma outra apreensão, realizada em julho de 2022 pela Guarda Civil Espanhola na Praia La Aldea, nas Ilhas Canárias. A partir daí, as autoridades brasileiras foram informadas e passaram a investigar o caso, em conjunto com as polícias internacionais.
Ao todo, foram identificados oito eventos relacionados ao tráfico internacional de drogas com veleiros, entre eles, quatro apreensões de mais de 8 toneladas de cocaína, todas relacionadas a uma facção criminosa, interceptadas em águas internacionais pela Guarda Civil Espanhola e Marinha Francesa, que também ajudaram nas investigações.
De acordo com as investigações, a rota usada pela organização para comércio dos entorpecentes incluía a Europa e a África. O grupo partia do litoral brasileiro em embarcações menores e seguia para alto mar, onde veleiros e barcos maiores recebiam as drogas, e então, partiam para outros continentes.
Além das prisões e buscas, a Justiça Federal também determinou o bloqueio e apreensão de bens até o valor de R$ 1,32 bilhão. Ainda foram apreendidos carros de luxo, relógios, e embarcações.
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