O governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, com pompa, que o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU, em uma conversa telefônica com o diretor-geral da FAO, o chinês Qu Dongyu, no último dia 28 de julho.
A notícia, amplamente celebrada pelo Planalto, é vendida como uma conquista histórica, mas esbarra em uma realidade que os brasileiros sentem no bolso e na mesa: a disparada dos preços dos alimentos e a crescente dificuldade de acesso a itens básicos. Como acreditar que há menos fome no país quando o quilo do café beira os 60 reais, a picanha virou artigo de luxo e o poder de compra do brasileiro despenca junto com a desvalorização do Real?
A narrativa do governo ignora a inflação galopante que encarece a cesta básica. O feijão, o arroz e a carne tornaram-se sonhos distantes para milhões de famílias. Dados do IBGE mostram que a inflação de alimentos segue pressionando os mais pobres, enquanto o Real, que já atingiu mínimas históricas frente ao dólar, perde valor a cada dia. Essa desvalorização é agravada pela postura beligerante de Lula contra o presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaça impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com risco de escalar para 100%. Um embate diplomático que pode custar ainda mais caro ao bolso do cidadão.
Para completar, a credibilidade do anúncio da FAO é questionável. O diretor da organização, Qu Dongyu, vem de um país conhecido por manipular informações e estatísticas, o que levanta dúvidas sobre a isenção do relatório.
Curiosamente, enquanto o governo festeja, o Brasil piorou em 8 de 11 categorias do relatório da fome da ONU. Indicadores como qualidade nutricional e desigualdade alimentar seguem alarmantes, especialmente entre as populações mais vulneráveis, marcadas por raça, gênero e classe social.
A suposta saída do Mapa da Fome parece mais uma jogada de marketing político do que uma conquista real. Enquanto Lula exalta números duvidosos, o brasileiro enfrenta filas em açougues populares e vê o prato cada vez mais vazio.
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